O poder das comunidades tecnológicas femininas no processo de empoderamento das mulheres

  • Laura Damaceno de Almeida |
  • Comunidades |empoderamento |
  • 10, Março de 2020 | 7 mins de leitura

Um pouquinho sobre as minhas aventuras e como eu me encontrei nas comunidades femininas de tecnologia

A área de tecnologia durante muito tempo foi considerada uma área masculina, mesmo as grandes descobertas dessa área terem sido feitas por mulheres, como Ada Lovelace e Grace Hopper.

E isso vem mudando, mesmo sendo poucas em comparação com a quantidade de homens na área, nós mulheres estamos cada vez mais resgatando o passado histórico de mulheres fantásticas na tecnologia e tomando consciência das possibilidades e a transformação que podemos fazer.

Mas eu nem me apresentei ainda né?!

Oi galera meu nome é Laura, tenho 20 anos, atualmente eu sou palestrante, instrutora em alguns workshops, feminista, coordenadora e cofundadora da comunidade AI Girls e uma das organizadoras da comunidade DevAIWoman. Gosto de filmes e séries medievais como Game of thrones e Senhor dos anéis, sou apaixonada por Inteligência Artificial e ciência de dados. Esse texto que estou fazendo é especial para vocês mulheres, onde falarei sobre a influência das comunidades femininas no processo de desenvolvimento das mulheres na área de tecnologia, e também é para vocês homens que você possam incentivar as comunidades e as mulheres na área de TI.


As comunidades femininas têm um papel muito importante no nosso processo de autoconhecimento e empoderamento. Eu sou uma das felizardas desse processo de transformação interna devido as comunidades. Vou contar para vocês a minha história sem graça kkk, mas que me fez ser quem eu sou. Eu nunca quis ser de TI, eu queria ser engenheira química com ênfase em Petróleo, a matéria de química orgânica amoleceu meu coração e ocupou meus pensamentos. Mas não foi o suficiente para minha mãe, pois eu cresci em um ambiente de comparações e meu irmão se formou em TI, então para satisfazer o prazer dela eu prestei algumas provas para estudar Ciências da computação.

Eu estava muito perdida com as coisas e não me encaixava de jeito nenhum na minha classe, todo mundo lá já queria fazer TI e já manjavam de algumas coisas e eu sempre tive um aprendizado mais lento e fui muito mal no começo. Na minha sala só tinham 3 meninas contando comigo, então infelizmente piadinhas machistas, sexistas eram muito comuns lá, até alguns professores participavam.

Em 2017 foi um ano bem difícil para mim, tive algumas crises de ansiedade e a famosa síndrome do impostor começou a me dominar. A síndrome do impostor é um fenômeno que ocorre principalmente em mulheres da área de tecnologia, em que a pessoa se sente inferior o tempo todo, com auto criticas e auto sabotagem, além dos pensamentos que ficam ocupando a mente “Eu sou uma fraude e vão me descobrir “ e também nunca se dar o crédito de tudo que conquistou, dizendo que teve sorte ou atribuindo o sucesso à outra pessoa. Mas nesse mesmo ano uma colega muito querida me apresentou as comunidades femininas de tecnologia, onde eu fui bem acolhida e consegui trabalhar esses meus problemas.

Mas o que é comunidade?


Comunidade é um grupo de pessoas que mesmo tendo opiniões diferentes se reúnem para falar (ou aprender!) um assunto em comum. Grande parte das comunidades femininas surgiram por conta da pouca participação das mulheres na área de tecnologia. Eu participei de várias comunidades e cada uma delas representavam uma fase de estudo e meu objetivo no momento, por exemplo eu ia muito mal na faculdade na matéria de Java e as meninas da DevJavaGirls me ajudaram muito através de grupos de estudos e meetups.


As pyladies estão me ajudando muito no meu processo de migração de área através do Grupo de estudos de ciência de dados. Elas desempenharam um papel bem importante na minha transformação interna, pois eu sempre tive uma síndrome do impostor (hoje eu tenho autoconsciência disso), sempre achei que eu não era o suficiente e que eu era uma farsa, mas em um workshop de Python básico eu fui como monitora. E gente! O impacto que eu tive no dia percebendo o quanto eu podia ajudar as pessoas, e mesmo eu não sabendo de tudo, o que eu sabia poderia abrir portas e possibilidades para as meninas que estavam lá, foi muito grande e eu comecei a me permitir, me permitir errar, aprender e recomeçar.

O AI Girls é a comunidade que eu tenho um grande carinho, ela é uma comunidade feminina que visa o protagonismo feminino nas áreas de inteligência artificial e ciência de dados, então através de meetups e workshops gratuitos qualificamos as mulheres. Atualmente eu sou uma das coordenadoras e cofundadora da comunidade e eu fico muito feliz em ver o impacto que ela tem na vida de muitas mulheres. Essas e muitas outras comunidades me ajudaram no meu processo de desenvolvimento, seja pessoal ou profissional e eu tenho um enorme carinho por cada uma delas.

Você provavelmente deve estar se perguntando por que surgiram tantas comunidades para mulheres…

Elas surgiram por conta da pouca participação de mulheres na área de tecnologia, engajando e proporcionando eventos gratuitos para que todas possam ter acesso a informação. Normalmente muitas mulheres entram em comunidades por vários motivos, seja para melhorar o skill técnico, seja para ajudar outras mulheres, procurar apoio ou para conseguir migrar de área.

Existem várias áreas de oportunidades para podemos implementar os bots, como por exemplo:


Mas oque as comunidades me proporcionaram?

  • Conhecimento
  • Possibilidade em poder ajudar os outros
  • Oportunidades para conseguir entrar na área
  • Amigas e muito networking
  • Me ajudou com autoconfiança

Então foi isso galera, espero que vocês meninas não desistam dos seus sonhos e está tudo bem você não saber logo de cara com o que quer trabalhar, a área de TI é enorme e depois explorar algumas dessas áreas você vai conseguir se encontrar. A Melzinha fez uma lista com algumas comunidades femininas de tecnologia.

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Sobre a autora

Pyladie de coração e cientista de dados na IBM, apaixonada por IA e ciência de dados. Acredita que ambas tecnologias podem causar um impacto positivo na sociedade.

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